imagem: filme A cor das Romãs 1969 Sergei Parajanov
Esta tarde não ouvi os pombos
Leia-me com prudência, não sou pruá que você conduz sem esforço
Não quero sentir cílios roçando minha tez
Sou feito de lexemas que pesam, que se entrelaçam com teu pensamento, exigindo atenção e cuidado
Bigorna de sentimentos
Cada linha que percorres pode desviar-te do que és, pode transformar, pode fazer com que enxergues aquilo que preferias ignorar
Não busques em mim um refúgio leve; sou um espelho que reflete não apenas o que está à frente, mas o que te ronda nas sombras do teu próprio ser
Todo esse pruído que você provoca é ilibado, afinal, todos precisam rir
Toda essa pruína que você conduz, ser nêspera
Toda essa ruína e a necessidade de se reconstruir, e o impulso inevitável de se renovar, sem jamais ser o que se foi
O zéfiro não conseguiu extrair a zeína, ficaram sem a proteína
Não se sinta inferior por causa disso
A
subsistência ainda era viável.
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