sábado, 30 de julho de 2022

Cemitérios me inspiram

 

imagem:https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2022/07/07/cemiterio-de-manila-nas-filipinas-e-moradia-para-milhares-de-vivos.htm


Anagramas lúgubres

Cessar do pranto
Xeroftalmia
O deserto que vem de dentro
Condolências ao condro
A metáfora precisava de cartilagem
Glândula na adulária
Prelúdio sobre o epílogo
Jazigo abrigo
Exemplificar exéquias
Tumultuado túmulo
A gangrena como gango
A metáfora precisava de gânglios
Sinapse com a sepsina
Vínculo com o tábido
Quisesse o que com a craniósquise?
Silogismo silente.
                                       EPR


segunda-feira, 25 de julho de 2022

Descrição de imagem

 


O equilibrista suicidou-se

Havia uma equimose
Equinado para equipara-se com algo divino
Blasfêmias equitativas
Seu pisante calca nuvens
Tentei esconsar a esconsidade
Todo esse escopelismo inspira
Toda essa violência causa fobia
Ninguém reparou o sujeito com a escopeta
Tentou galgar o viaduto
Grimpar a grincha
Içar o icástico
A metáfora está pendente
Pendículo ofendículo a um pássaro
O cadarço pode ser utilizado por outro suicida
Deixe lá também algo de valor
A tornozeleira de ouro
Espólio para parentes voláteis
A hortelã no artelho não evitou o fartum.

                                                          EPR

terça-feira, 19 de julho de 2022

O corpo precisa de poesia

      extraído do site:https://faziapoesia.com.br

Continuação


Esses bombons na vitrine


Alguém precisa comê-los
Antes que derretam
Antes que as formigas venham
O corpo precisa de glicose
A hipoglicemia
O corpo precisa de poesia
O hipoglosso se manifesta
Você não se importa se for só dartro
Ou silêncio
Quando tudo está anartro
Não adianta atronar
Indômita aplestia
Ingurgitar a metáfora
Pode ser até nutritiva
Proteína que induz a entropia
Esculento para escutar
Deglutir antes da degola
Vão te chamar de pandorga
Desconsiderar de forma intencional.

                                       EPR

sexta-feira, 1 de julho de 2022

A tessitura da metáfora

 

Penélope por  um fio

desço pelas mãos
um rastro incerto
rubro esburacando
a tapeçaria desfeita


não desconfiam, desfio
não desafiam o fio
não desatam do pescoço
o nó


tecerei o silêncio
que tange a tessitura
das cordas vocais


ao meus pés é longa
a noite
essa em que agarro o
terço enquanto dormem e
teço
a tua volta

                                    Tóia Azevedo



Anagramas caóticos

Tapeçaria desfeita pode significar algo intrínseco
Tapear o observador
À parte todo o caos
Não vou lhe dar aparte

Não vai mais ser submisso ao hálux
Vassalo do estralo
Longânime do pusilânime
Longa tradição de autoquíria

Autor de quirera
O inteiro não inspira
Talvez quirica
Êxtase sem quimera

O tarso sempre esparso
Contra o prostrado
Sentir o prado
Até romper o tendão

Isso não vai fazer ninguém mudar o itinerário
Talvez o pensamento
Mesmo que tende para o que ata
Cordel cordial ao entrelaçado.

                                                                 EPR