Louvre
Sempre me considerei um poeta medíocre
Afinal, tenho levado uma vida tão torta que as tábuas de madeira do piso do meu quarto já estão há muito desencaixadas
Procurei inspiração no fundo de tantas e tantas garrafas, e no fim era só um punhado de palavras aglutinadas num papel qualquer
Bateram palmas, óbvio!
Mas alguém ouviu?
Há outros corredores no Louvre, e nem todos terminam num quadro famoso
Há bons e maus,
e terríveis e incríveis,
e tantas outras dualidades torpes e imbecis
Medíocre é questão de sorte
Genialidade, uma vaga mentira
Amor é uma constante,
que pode ser encontrada no final de qualquer corredor ou poema.
Guilherme Giesta
Limitado ao óbvio ramerraneiro
Toda ramescência para o enleio
Não produz frutos
Enliçado pelo necídalo
Invejo-o pela metamorfose
A dolência costumaz
Não é um empecilho
Cadilho para o rastilho
Contumélias redundantes não me afetam
Intragáveis apupos do intragrupo
Regurgito encômios
Todo escárnio no escrínio
Faço do escólio meu sólio
Meu valor é intrínseco
Deixo escorrer dos poros a confusão que habita em mim, revelando ao mundo um turbilhão de sentimentos que me consomem
Não busco a compreensão do ledor
Mas sim a libertação da minha própria alma, pois é no caos que encontro a minha verdadeira essência
E se por acaso a minha arte conseguir tocar alguém
Que seja para mostrar que o caos também pode ser belo
E o que é considerado imperfeito pode ser a perfeição em sua mais pura forma.
EPR
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