sábado, 21 de março de 2009

NIILISMO



Anonadar 


 Anoiteço anômalo 
Por sua ausência
 Indiferença como sentença 
Doença no intervalo
 Antes da meia-noite
 Abscindo um membro
 Nem lembro do açoite
 Acomodatício no fronte 
Mutilo os itens supérfluos 
Improfícuo flúor
 Agora anodonte
 Muitos anos taciturno
 Sem manifestar o riso 
Na trissecção que diviso 
Ainda sussurro 
Anóleno no vazio
 Sem cingir seu corpo
 Curvilíneo no dorso
 Anorteia eu anfíscio
 Fenfém no início da fronteira
 O trívio é anfracto
 Anódino cacto
 Clunâmbulo no fim da beira
 O Sol raiou em seguida 
Nictêmero pensando em você
 Necrose precoce 
A solidão é animicida.
Indiferente à tudo
 Deixo de existir
 Precoce esclerose 
Faltou a heutognose
O externo sem reagir
 Posso parecer profuso
 Quando o prolapso mostra um coração lasso
 Polirrítmo confuso 
Quebrou-se o esterno
 Pernas curtas 
Asas longas
 Os olhos mostram o hesterno
 Dizem o que o coração não sente 
Depois de mais de uma hebdômada sem ti ver 
Hecatombe para corroer
 Quando pertencemos a mundos diferentes 
Minha órbita sem apodo
Seu orbitelo cômodo
Ocasiona o êxodo dos ausentes
 Hesito agir conforme
 A hediondez dessa desvirtude 
Através da hebetude
 Encontro-a disforme 
Conforto sem confronto
 Talvez você não seja tão insensível
 Quando traz a procela do ártico invisível
 Para transbordar o probático desse desencontro 
Tento defendê-la do invisível
 Neste postrídio
 Continuo no vácuo inatingido 
Seus polícomos me cobrem do excídio.

                                                                          EPR           

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