Anonadar
Anoiteço anômalo
Por sua ausência
Indiferença como sentença
Doença no intervalo
Antes da meia-noite
Abscindo um membro
Nem lembro do açoite
Acomodatício no fronte
Mutilo os itens supérfluos
Improfícuo flúor
Agora anodonte
Muitos anos taciturno
Sem manifestar o riso
Na trissecção que diviso
Ainda sussurro
Anóleno no vazio
Sem cingir seu corpo
Curvilíneo no dorso
Anorteia eu anfíscio
Fenfém no início da fronteira
O trívio é anfracto
Anódino cacto
Clunâmbulo no fim da beira
O Sol raiou em seguida
Nictêmero pensando em você
Necrose precoce
A solidão é animicida.
Indiferente à tudo
Deixo de existir
Precoce esclerose
Faltou a heutognose
O externo sem reagir
Posso parecer profuso
Quando o prolapso mostra um coração lasso
Polirrítmo confuso
Quebrou-se o esterno
Pernas curtas
Asas longas
Os olhos mostram o hesterno
Dizem o que o coração não sente
Depois de mais de uma hebdômada sem ti ver
Hecatombe para corroer
Quando pertencemos a mundos diferentes
Minha órbita sem apodo
Seu orbitelo cômodo
Ocasiona o êxodo dos ausentes
Hesito agir conforme
A hediondez dessa desvirtude
Através da hebetude
Encontro-a disforme
Conforto sem confronto
Talvez você não seja tão insensível
Quando traz a procela do ártico invisível
Para transbordar o probático desse desencontro
Tento defendê-la do invisível
Neste postrídio
Continuo no vácuo inatingido
Seus polícomos me cobrem do excídio.
EPR
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