terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Ficou por isso mesmo

  

Arte do chá    


   ainda ontem
convidei um amigo
para ficar em silêncio
comigo

ele veio
meio a esmo
praticamente não disse nada
e ficou por isso mesmo

                        Paulo Leminski 

 Medidas concretas para suavizar as chagas

Colher: mero adorno
Não vou te afogar na bancha
Unirreme pra fugir do naufrágio
Xícara com vontade de ser chalana
Difícil tomar chá na chafeira
Chabouco que serve para a proliferação de insetos
Foi tudo um chabu
Chabuco que dilacera o corpo
Queriam o chagrém de tanta inépcia
Cháçara que chafurda uma reputação inteira
Era o chamariz para o enredo
Chanquear a metáfora
Teve sua chance de impressionar
Apelou para a chantagem emocional
O chanto foi comovente
Vertente para esparzir o espasmo
Charamelar tribulações numa tribuna
Buna para apagar os erros

Começar da estaca zero.

                                          Ednei P. Rodrigues                  

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Piéride no Píer


O POETA ASSASSINA A MUSA

Há dez dias que Clotilde
— Uma das musas queridas —
Anda aborrecendo o poeta.
Aparece carinhosa;
De repente vira as costas,
Diz várias coisas amargas,
Bate impaciente com o pé.
Então o poeta aporrinhado
Joga álcool e ateia fogo
Nas vestes da musa.
A musa descabelada
Sai cantando pela rua.
Súbito o corpo grande se estende no chão.

Diversas musas sobressalentes
Desandam a entoar meus cânticos de dor.
Clotilde ressuscitará no terceiro dia,
Clotilde e o poeta farão as pazes.
Música! Bebidas! Venham todos à função. 

                                   Murilo Mendes


      De O Visionário (1941) 



Redução Expressiva

Arvorei seu nome
Larice agora tem galhos
Galhofa para quem perturbava o poeta
Estorvo do estro
Sem estroçar a estrofe
Mas Clarice não desistia
Queria ser musa de qualquer jeito
Usou até estrofantina na aurícula pusilânime
Na surdina injeta estrogênio no verso
Injeriza o bardo
Que num ímpeto de fúria
Ataganha o atalante
Em vão, Clarice é imortal
Sua alma se disfarça na lama
Na mala junto com as roupas
Na alínea é Eliana
Usa anagramas para o escamoteio
Imperceptível na perversão
Como um anjo granjo
Desarranjo do que eu penso.

                                          Ednei P.Rodrigues

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Sincretismo poético



Sincretismo Sincopado

Precisava disso
Depois de tanta negação
Um título aliterado, quase afirmativo
Seria melhor tútulo
Possível musa
Sem titubeios de um disparate
Pode ficar tranquilo
Vou fazer de tudo
Para não deixar o mistral apagar a vela
Talvez alguém precise de parafina
Conluio com algum surfista
Coloco um cartapácio
Para distraí-lo
Para ele mudar de página
Seria um desacato cessar o lume
Única luz para alumiar está lamúria
Vontade de ser lâmpada
Todos precisam de uma redoma
O descalabro do candelabro
Tudo que candeia.

                        Ednei P.Rodrigues

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Descrição de imagem

Manifestante toca flauta entre nuvem de gás lacrimogêneo em meio aos protestos contra o presidente da Colômbia


Música para o Caos

O gás lacrimogêneo não é prejudicial a metáfora
Vontade de ser bruma
Única ameaça: a inércia
Depois de 1 mês, apenas 1 frase
Empaca a poesia
Campeã de insensatez
Anagramático venceu algo
A quenga toca quena
A queda da metáfora
Ostinato obstinado
Chacota de chacona ao chacinador
Ricercear com Ricina
Vamos sobreviver
Talvez se deixarmos o galubé sobre a lápide
O mistral toque uma elegia aos mortos
O samiel é dístomo
Antes do silêncio preponderar
Sátrapa que executa opositores
Tambor feito com pele humana

Adufe para aducir. 

                                   Ednei P. Rodrigues
                   

sábado, 23 de novembro de 2019

Anagramas empedernidos

Em pé, não é mais inércia
Pedestal  para o lapso
Vertente vertical do vértice.

                                Ednei P. Rodrigues



A pedra
é uma criatura perfeita

igual a si mesma
percebe seus limites

é perfeitamente preenchida
por seu sentido de pedra

seu cheiro não lembra nada
não assusta não excita

seu ardor e frieza
são justos e dignos

sinto um grande remorso
quando a pego na mão
e seu corpo nobre
é envolvido pelo meu falso calor


-Pedras não podem ser domadas
até o fim nos olharão
com olhos calmos e transparentes.




                         Zbigniew Herbert



Resiliência

Admire a pedra como algo sublime
Sublevar o Subjuntivo
Mediar as conversações para conciliar os dois grupos
O abstrato com o real
Na Ermida rezar pelo penedo
Politeísmo cético
Penego confortável
Nego o desapego
Negociação com os desafetos
Fale com as falésias
Código dógico
Algo sobre Veneza
Lugares onde nunca estive
Gobo como o globo
A tonalidade do tonalito
O diorito faz a diortose
O seixo quer sexo
A sensação de impotência
O disparo da dispareunia

Por abranger um universo tão díspar.



                                    Ednei P. Rodrigues

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Nada mais frágil do que eu penso



Poesia

Pense nela

como o dedo cavando a fresta onde

há ainda uma pequena chance,

algo semelhante à colher numa cela

de presídio investindo contra

o chão de barro: um túnel,

a vaga ideia de liberdade.


                                                  Adriana Lisboa






Fóresia


Fraseio de acordo com o frasco

Contém um damasco

Suprimido até a dama que exorta

Reparar um dano na aorta

Falta coerência na horta

Lendo Maria Teresa Horta

O legume implume

Berinjela Beligerante

A mancha da machamba

Eido é quase um peido

Nada mais frágil do que eu penso

A metáfora faz parte da paisagem

Montagem de Montanha

Maquiagem com Maqui

Maquete do Manicá

Vontade de ser Marula

Acotonar na penúria

Tonar o céu tranquilo

Antro de probabilidades

Mais fácil eu não estar aqui.



                                        Ednei P. Rodrigues


         ***escrito após a leitura do livro de Adriana Lisboa Parte da paisagem





Por um instante de penumbra


Há sol demais por aqui. As sombras
expatriam-se dentro das coisas, sem uma
chance. A luz é cáustica,
esta luz de inquérito sob a qual o preso
não tem outra alternativa.
Você optaria por um mundo em claro-escuro,
mas tudo se revela (pior: se demonstra,
como num laboratório, como no corpo
aberto de uma cobaia) com enorme zelo e
não admite perfis, murmúrios, vislumbres.
Essa luz medonha que se esfrega
na sua cara – o quanto você não daria
por um instante de penumbra.

Por um segundo de indecisão.

                                                       Adriana Lisboa



segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Insulto contido pela metáfora


Vitupério

Vi tu no perímetro
Miragem do períneo
Periblepsia desértica
Perto do torpe
Repto ao septo
Rescender mesmo o fétido
Operação rescaldo
Sem respaldo
Ficou tudo hermético
Sua metade hérmia
Foi ser frugal para alimentar a metáfora
A distelasia da distância
A poesia era para uma hérnia
Perdi a musa
Apenas mua
Muafo que é desnecessário
Desabafo desde que esteja tudo bem
Quero ter a certeza de que você não está aqui.


                                     Ednei P.Rodrigues
                                                                                   
      

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Dicotomia de um dia comum

 
Cúbiculo

Insulto contido pela metáfora
O prefixo é fétido,escatológico
Perfumaria perfuraria a perspectiva 
Ninguém escapa da vertigem 
Dentro do escapamento meu estro sufocado
Sua metade ave incentiva o adejo
Cubiacanga na canga 
Súbito cúbito que se forma 
Humanizar o cubilote 
Dicotomia de um dia comum
Indaca que se forma de uma indagação
Indecências que inspiram
A indecisão sobre o indecoro ou o indedútivel
Com toda esse indefinição
A origem do silêncio
Matutar sobre o mato 
Algo bucólico
Onde o buço não incomode 
Quando o bucinador parar com o afeto 
A bucnemia da inércia.

                                               Ednei P.Rodrigues  

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Plágio de mim mesmo



Sensitivo

Sensível ao deslocamento rápido do cursor na tela
Um poema de apalpo
Regozija-se com algo
Causo prurido na mazela
Torna-se pública a dor
Antes peculiar
Não aufere pecúlio
Fere como adorno
Felicidade relativa ao fel
A cidade não é mais a mesma
Não me inspira mais
Idade explicativa
Morre fiel
Ao seu criador
Essa uiofobia de timbro
O remate ao limbo
Imbróglio quando ri da dor
Usa-se o estigmônimo
Para um estigma
Que estica o enigma do pseudônimo.

 Ednei P. Rodrigues





Hipoestesia

O prefixo relincha
Equinócio dos Equinos
Um coice como afago
Para testar o equilíbrio
Confirma a equidistância
Não quero sentir o obvio
A veia que lateja é exposição desnecessária
Não quero cílios provocando o pruído na palavra
Sanar a Sarna
Não vou midiatizar a midríase
Censura contra a leitura 
O caráter retilíneo da retina
Não quero a falange sobre a metáfora
Urologista fazendo exame de próstata
Aposta na indiferença alheia
Sujeira sob as unhas
Não adianta disfarçar com esmalte
Faltou um pouco de malte
Ainda estou sóbrio.

Ednei P.Rodrigues


sábado, 31 de agosto de 2019

Realismo Superado




Ela fuma e corta as unhas na varanda


Ainda tinha um pouco de esmalte
Ceratinizar a metáfora
Quando pensava no monobáfico
O apartamento restringe a metáfora
A metáfora era túmida
Quando pensava num céu cheio de balões
A bagana podia ser a centelha da criação
Ou incentivo ao incêndio
Teicopsia na teia
Urdidura de um dia consuetudinário
Consubstanciar a metáfora
Seu nome podia ser Consuelo
Elo com a elocução
A guimba acertou a elódea
A prisca podia ser de Priscila
Ignoro seu nome
Egéria sem uma artéria
Chamo de chaminé para todo esse chamiço
Quase queimou Chamelli
Anagramático andrógino de Michael
Não dava pra ver direito.
 
Ednei P.Rodrigues

sábado, 17 de agosto de 2019

A condrificação da metáfora




Tudo o que concerne uma flor


Corpo de Egéria
Metáfora obstruindo uma artéria
Sua cona é uma flor para a Hespéria
Artequim para o hirto
Para a condrina
A condrificação da metáfora
Como matassa,uma ameaça para a vida
Matolagem sob o prefixo suicida
A letomania da letra
Sua metade ave deixa tudo mais tênue
Artena impulsiona a arte
Condor que paira sob a dor
Não era pra ser assim
Condom para evitar a proliferação
No painel dava pra ver quase tudo
Visão ampla sobre algo
Uma vida que se perdeu com pleonasmos
Pelo que eu sei nada muda
Não adianta o esforço
Vai ser tudo em vão.


                     EPR

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

A maresia não oxida a metáfora



Concóide

Redijo concomitantemente o rijo ao madrijo
Paliativo para a dor
Lapidífico o lapso
Até aparecer a laqueca
Não percebeu que está poesia é concóide
A maresia não oxida a metáfora
Mesmo com seu prefixo de metal
A meta é outra
O eflúvio  é de patchuli
Concorda com a metáfora
Como se fosse possível discordar
Tens viés de sátrapa
Anagramático seria ástrapa
Melhor pensar dessa maneira
Não fugindo completamente da ideia 
Pois ainda é pontiaguda  
O sangue no tapete discorda do restante da decoração
A corda no pescoço também
A decodificação de tudo
Coisas simples como um cumprimento
Ola é um redemoinho na água.

      Ednei P.Rodrigues



sábado, 20 de julho de 2019

A prognose do que eu penso


Demora pra fazer efeito 

O corpo dormente
A mente sã
Ponera pondera o ímpeto
Maniura manipula a manápula
Ao manir-se pelo flanco 
Aplicaram manitol na metáfora
Bastaria mover uma pequena manivela
Para se entrar em êxtase
Agora que tudo é mecânico
Mescla com mescalina
A promiscuidade prominente
Aprazimento com a prometazina
Promessa de um prólogo mais evidente
Mas prolígero
Mesmo assim pode ser prolífico
A prognose do que eu penso
Em tempos do proibitivo
Pronomes probióticos para o intestino
Citalopram 12 cápsulas. 

                                            Ednei P.Rodrigues

terça-feira, 2 de julho de 2019

Plágio de mim mesmo




A bituca

Guimba,bagana,prisca...
Tantos nomes definam o definhar
Designação sem desígnios
Design desigual ao que se pretendia alcançar
Intuito de intitular algo
Não sou fênix
Não vou renascer das cinzas
Conformado ao viço postiço
Submisso ao maciço
Enquanto houver lume: a vida efêmera
Sarjar a sarjeta 
Execro a boca ingrata do tísico
Engrama no corpo
Em grama:princípio de incêndio
O pé descalço que me calca
Cautela na cauterização
O tabaco que me envolve
Esparso como nuvem. 


                                            Ednei P.Rodrigues



A bituca 

Invólucro da palavra cáustica
Cautela com o cautério
Com o critério de aceitação
A saliva afoga a metáfora

Revestimento de revés
Enfim o enfisema
Sem enfitismo
Enfiuzar o enfeudado

Enfestar o enfermo
Enferretar com enfeluje
Vontade de enfeltrar 
Ser enfeite do dístomo

Alterar a dicção
Toda dicacidade congruente
A metáfora emerge dessa cacofonia
Não ficção de um dia cacoépico.


                                             Ednei P.Rodrigues 


segunda-feira, 24 de junho de 2019

A consequência do êxtase


O arrebatamento da metáfora

Heresias seria se fosse sacro 
Laicizar o pensamento
Nua na nuvem a metáfora adamita
Admita o peso
A pose do abstrato
Asperizar Asperitas
Ainda existia um pouco de pudor
Uma manteleta sobre a vulva
Altamente para uma analogia aérea
A turbina é um túnel que dilacera
Mantinha o manto até o mento
Mantimentos para a metáfora andrófaga
O aviso para não virar a página com a falange era pra ser respeitado
A metáfora cuspiu a ceratina
Aproveitou-se a creatina
Ficou apenas a impressão digital para a Papiloscopia
Como um fóssil para análise de gerações futuras
Sem deturpar os resultados da pesquisa
Um pouco de carbono foi encontrado
Alotropia do alor
 Pouco e o calor que se sente 
O calônio de uma nolição
Perturba a mente.


                                         Ednei P.Rodrigues

quarta-feira, 12 de junho de 2019

A consequência de discordar


Discrepância

Metáfora discrásica
Começou a discorrer sobre o óbvio
Aliteração como alíbil da metáfora
Desata o élitro do tropo
Ainda está longe do Porto
O declínio do domínio
Catacumba de catacreses
Epítrope na estrofe
Vontade de ser anagrama 
Uma letra atrapalha mais que um peperito
Agora peregrino sem rêmiges
A remissão da dor 
A remição de preceitos
Parônimos que faltavam para o fim precoce
Coce e o prurido que se sente
O cóccix não é mais o mesmo,só serve de adorno 
Algum tipo de urticária
Rusticaria como bloqueio criativo.


                                          Ednei P.Rodrigues


sábado, 1 de junho de 2019

Anemologia


Era só o vento...

Sentir sua presença agora que a distância
No jardim distêmone
Disse teu nome como uma reminiscência 
Apenas para reminar-se com o silêncio
Remir a metáfora do dístomo
A distonia que leva a uma distorção
A ginge que atinge a meringe
Era só o cierzo
Deveria ter congelado o tempo quando abracei você
Uma espécie de gêmeos siameses ao extremo
A criogenia da metáfora
Várias siasses que vejo
Vontade de ser iceberg
Como não fugir do tema?
Fasces para acoimar o erro
Constituído por fáscia
Outras faces para confundir o que eu lembro
Tudo podia me distrair ou me fascinar. 

                                            Ednei P.Rodrigues


quarta-feira, 22 de maio de 2019

Ruínas do que penso


Entusiasmo

Em tu sismos
Um frêmito que emito através dos poros
Não conseguiu destruir uma cidade
Ruínas do que penso
Não pensar em você,fazia parte do tratamento
Devastação de devaneios
Quando um neurônio se conecta a outro
A sina da sinapse 
Toda magnitude vem das magnólias
Possam induzir ao magnicídio do ínclito
Inclinável até certo ponto
A metáfora finge que nem sente 
Espalmo o último espasmo 
Não queria estar tão perto
Agora que a solidão é um orgânulo 
Não gosto das coisas acontecendo desse modo 
Agora que a inércia é inerente 
Inerva o corpo inescado
Toda empatia de emparamento
Beleza contida.

                                            Ednei P.Rodrigues


sábado, 13 de abril de 2019

A sarcose da metáfora




Algo Álgico


Não espere conforto da pedra
Nem o deleitoso do delenito
Sequer o dolce do dolerito
Nem o afago de sua textura afanítica
E agre o que se sente
Agredido pelo gabro
Acomoda a dor na fresta
O biotipo da biotita é dolabriforme
Sem diortose com o diorito
A diorese para o crepúsculo
Músculo opúsculo que se forma
Massagem cardíaca na metáfora
Encosta no sarçoso
A sarcose da metáfora
Não serve de arrimo para a consternação
O pandicular não altera o diagnóstico
Afeto da afecção
Não é contagioso para a solidão
A metáfora está imune ao conium
Com sua panóplia de letras
A panoftalmite de um esforço enorme para te ver.

                                    EPR

sexta-feira, 29 de março de 2019

A metáfora sufocada




Ela cospe nas flores


Nem tudo que foi aspergido é salutífero
Salva a metáfora das intempéries
A sálvia da saliva 
Era asma
No sâmago corpo de Guáiaco
Cão-guia para sair desse labirinto 
O samango do que penso
Não por vilipêndio
A saliva irriga
A petúnia rejeita
A petunga aceita com ressalvas
Alumbrar com o alume 
As pétalas até suportam toda essa reuma
Mas não a tolice 
Limite para a colite
Mas todo esse muco inibe a libido
A polinização não foi feita 
Coriza pelo Cohiba
Cobiça pelo sórdido
A metáfora sufocada.

                                       Ednei P.Rodrigues