quinta-feira, 29 de novembro de 2018

A vida é muito mais que isso


espaço interior


quando o poema 
são restos do naufrágio 
do espaço interior 
numa furtiva luz 
desesperada, 


resvalando até 
à superfície, 
lisa, firme, compacta, 
das coisas que todos 
os dias agarramos, 


quando 
o poema as envolve 
numa aura verbal 
e se incorpora nelas, 
ou são elas a impor-lhe 


a sua metafísica 
e o espaço exterior 
que povoam de 
temporalidades eriçadas, 
luzes cruas, sons ínfimos, poeiras. 

Vasco Graça Moura





Recomendações

Deve-se de certa maneira ignorar normas
Normal seria se você estivesse aqui
Não uma solidão humanizada
Tendo em vista a manifestação do recorrente
Recorrer da decisão estipulada
Estímulos são necessários
Algo estíptico que diminua as secreções
Não precisamos disso
Certo que isso tenha alguma serventia
Inverta-se o invertebrado em busca da essência
Não pretende deter sua investida de se aprofundar
Pede-se coerência no final para o entendimento
A coersão do coerido
O que falta é mais cor para o comersão
A emersão da metáfora fluídica
Tudo o que está imerso
O imetódico requer prática sobre um pressuposto
Pressurizar o corpo amorfo
Para aumentar a prestabilidade
A vida é muito mais que isso.

                EPR

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