sábado, 6 de junho de 2009
Inverno antecipado
Cenologia
Cefeu não rutila mais
Oponente do poente
Antes que despenque
Mordi o pó sem ais
Pode me dizer onde é Geena?
Geia sem cessar
Em meu quarto à beça
Com o beiço faço cena
Pois já estou sem cabeça
Decapitado por um decano
Décadas de decadência de fulano
Sem fulcro a revessa
Ainda pulcro
Meu sepulcro singelo
Não suporta o cerebelo
Devaneios que inculco
Pululam com o pulso fraco
Minha tafofobia concretiza-se
Minha teníase ia-se
Com o opaco
De uma frase
Ergueram um cenotáfio
Epitáfio empáfio
Quase êxtase.
Algo Álgido
Para me aquecer por dentro
Quando sua ausência incomoda
Este vão que me escondi
Me acomoda
Sem o aconchego meigo
De seu sorriso indeciso
Indiferente como um vôo-de-morcego
Displicente apego que preciso
Entre quatro paredes
Muro murcho
Que vede
O verde de seu verbo
Por aqui
Não contém nada
Só ar para você arar
Cessou de chover lá fora
Afogou o fogo que rogo
Volte e me solte
Sou refém da solidão.
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