Associações impertinentes: A pena ,a inércia e o tábido
Não quero seu trono
Cheio de rontó
Único fardo: o tábido
Não vai conseguir o adejo
Com apenas uma pena
A roda era a incerteza
De qual meio de transporte utilizar para a fuga
A paúra do páramo
A evolução da inércia
E não precisa de tanto fulgor
Para o fúfio
A nalga sempre tão vulgar
A lipodistrofia ginoide não inspira
A glutite constrange
A esteatopigia
Apetece a ulna
Nunca vai sentir o masséter
A volúpia.
Ednei Pereira Rodrigues
****poesia escrita após a leitura do livro:O Sol nas feridas de Ronaldo Cagiano
GÊNESE
Busco na palavra sua unção,
labirinto de paradoxos,
onde mergulho
feito escafandrista num garimpo de im
possibilidades.
Território de invenções,
ela me estende a ponte
entre o sagrado
e o profano
Em cada manhã
rompe com sua insistência de rio
e sua pontualidade solar.
Meticuloso engenho do verbo
que se faz silêncio
ou boato
Rumino sua nudez
ou desvelo as suas rugas.
Entre a fuga
e os deslizes
o poema vinga
rosa intimorata perfurando o asfalto
Nutre-me do que é míngua
recicla-me do que é sangue.
Ronaldo Cagiano