espaço interior
quando o poema
são restos do naufrágio
do espaço interior
numa furtiva luz
desesperada,
resvalando até
à superfície,
lisa, firme, compacta,
das coisas que todos
os dias agarramos,
quando
o poema as envolve
numa aura verbal
e se incorpora nelas,
ou são elas a impor-lhe
a sua metafísica
e o espaço exterior
que povoam de
temporalidades eriçadas,
luzes cruas, sons ínfimos, poeiras.
Vasco Graça Moura
Recomendações
Deve-se de certa maneira ignorar normas
Normal seria se você estivesse aqui
Não uma solidão humanizada
Tendo em vista a manifestação do recorrente
Recorrer da decisão estipulada
Estímulos são necessários
Algo estíptico que diminua as secreções
Não precisamos disso
Certo que isso tenha alguma serventia
Inverta-se o invertebrado em busca da essência
Não pretende deter sua investida de se aprofundar
Pede-se coerência no final para o entendimento
A coersão do coerido
O que falta é mais cor para o comersão
A emersão da metáfora fluídica
Tudo o que está imerso
O imetódico requer prática sobre um pressuposto
Pressurizar o corpo amorfo
Para aumentar a prestabilidade
A vida é muito mais que isso.
EPR