quarta-feira, 2 de maio de 2018

Anagramas urbanos



A miséria do meu ser,
Do ser que tenho a viver,
Tornou-se uma coisa vista.
Sou nesta vida um qualquer
Que roda fora da pista.

Ninguém conhece quem sou
Nem eu mesmo me conheço
E, se me conheço, esqueço,
Porque não vivo onde estou.
Rodo, e o meu rodar apresso.

É uma carreira invisível,
Salvo onde caio e sou visto,
Porque cair é sensível
Pelo ruído imprevisto...
Sou assim. Mas isto é crível?

                                    Fernando Pessoa


Descrição de imagem


Parcimônia

Sob o viaduto ela descansa
Vontade de ser mendiga
Diga algo sobre ontem à noite
Que não seja clichê
Fizeram fogueira aqui,estava frio
Combustão espontânea 
Viver de migalhas
Veste a metáfora que te adorna
Riam da rima pobre com ar 
Irmã da solidão
Difícil respirar na poluição
Um pouco de humanidade com rim
Eram só restos da marmita,feijão
Despe sem bespe 
A respe da raspa  
Não precisa disso
Já tens minha retina
O que eu vi em você
Algo de bom,trouxe paz.

                                   Ednei P.Rodrigues

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