terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Anagramas Mitológicos



ÉBANO

componho
como uma cega como
alguém que sobreviveu
ao bombardeio da casa - estranhas
as crianças em piques gangorras
amarelinhas terríveis
no seu autocontrole
os homens andando
em trajes completos
sob o sol

se rezas não fossem palavras, mas
cores, pintaria algumas para aqueles
que têm as pálpebras estampadas de chão

Andréa Catrópa




Labirintos

O escopro era o escopo 
A copose do corpo
Copos vazios sobre a mesa 
Podem significar algo
A carreação com a carraspana
Um gemmail para sua gemursa 
Escoimar a escoda do erro
Bisel à anediar Ariadne
E a pedra não pesa o poema 
Faz a polinização amenófila
Arilho como uma ária
O veto do vento na área do triângulo
Adorna o vazio 
Aderna com Andréa Catrópa
Aditiva como adita
Ela se aproximou do abismo e parou
O destino do síndeto sem sentido
Talvez seja Satrapia à direita
E não estamos perdidos
Desambiguação de tudo
Até o próximo poema
Apartais o parasita do óbvio
Aquele que incomoda. 

Ednei P.Rodrigues



DISCURSO

tecer o fio de Ariadne
sem ao menos a intenção
de um dia retornar

tecer pelo exercício
narcísico
de se conhecer e doar

ir, perscrutar
para além do verde
opaco da próxima curva

sabendo cada passo
apenas eco
do anterior

ir
pelo puro prazer
da paisagem

ao estrangeiro

é permitido
o esplendor 

Sergio Cohn

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