Manoel Bandeira
O crepúsculo cai, manso como uma benção.
Dir-se-á que o rio chora a prisão de seu leito...
As grandes mãos da sombra evangélicas pensam
As feridas que a vida abriu em cada peito.
O outono amarelece e despoja os lariços.
Um corvo passa e grasna, e deixa esparso no ar
O terror augural de encantos e feitiços.
As flores morrem. Toda a relva entra a murchar.
Os pinheiros porém viçam, e serão breve
Todo o verde que a vista espairecendo vejas,
Mais negros sobre a alvura unânime da neve,
Altos e espirituais como flechas de igrejas.
Um sino plange. A sua voz ritma o murmúrio
Do rio, e isso parece a voz da solidão.
E essa voz enche o vale...o horizonte purpúreo...
Consoladora como um divino perdão.
O sol fundiu a neve. A folhagem vermelha
Reponta. Apenas há, nos barrancos retortos,
Flocos, que a luz do poente extática semelha
A um rebanho infeliz de cordeirinhos mortos.
A sombra casa os sons numa grave harmonia.
E tamanha esperança e uma tão grande paz
Avultam do clarão que cinge a serrania,
Como se houvesse aurora e o mar cantando atrás.
Êxtase Estático
O crepúsculo cai, manso como uma benção.
Dir-se-á que o rio chora a prisão de seu leito...
As grandes mãos da sombra evangélicas pensam
As feridas que a vida abriu em cada peito.
O outono amarelece e despoja os lariços.
Um corvo passa e grasna, e deixa esparso no ar
O terror augural de encantos e feitiços.
As flores morrem. Toda a relva entra a murchar.
Os pinheiros porém viçam, e serão breve
Todo o verde que a vista espairecendo vejas,
Mais negros sobre a alvura unânime da neve,
Altos e espirituais como flechas de igrejas.
Um sino plange. A sua voz ritma o murmúrio
Do rio, e isso parece a voz da solidão.
E essa voz enche o vale...o horizonte purpúreo...
Consoladora como um divino perdão.
O sol fundiu a neve. A folhagem vermelha
Reponta. Apenas há, nos barrancos retortos,
Flocos, que a luz do poente extática semelha
A um rebanho infeliz de cordeirinhos mortos.
A sombra casa os sons numa grave harmonia.
E tamanha esperança e uma tão grande paz
Avultam do clarão que cinge a serrania,
Como se houvesse aurora e o mar cantando atrás.
Êxtase Estático
Ednei Pereira Rodrigues
Sensação de ascensão com o boléu
O Bolor que adorna
A folha como folho
Aqui está a estaquia
Estatelar é inevitável
Presença de clorofila na pupila
Desfolhar o Desfiladeiro
Desfeito o Desejo
Buganvília na bula
Buquê no bucho
Para o dendrófobo
Tudo está tão bucólico
Museu de Dentrites
Progne Provecto
Vicinal Inverno visceral
Invento o Inverso
Valido até o invasor Febo surgir.
Sensação de ascensão com o boléu
O Bolor que adorna
A folha como folho
Aqui está a estaquia
Estatelar é inevitável
Presença de clorofila na pupila
Desfolhar o Desfiladeiro
Desfeito o Desejo
Buganvília na bula
Buquê no bucho
Para o dendrófobo
Tudo está tão bucólico
Museu de Dentrites
Progne Provecto
Vicinal Inverno visceral
Invento o Inverso
Valido até o invasor Febo surgir.
Boléu:queda
folho:adorno pregueado com que se guarnecem vestidos.
Estaquia:Processo de multiplicação vegetativa das plantas
Estatelar:cair
Buganvilia:planta,sinônimo para primavera
Dendrofobo:aquele que não gosta de árvores
Dentrites:fóssil de árvore
Vicinal:vizinho
Progne:Primavera
Provecto:antigo
Febo:Sol
Febo:Sol
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