sábado, 29 de novembro de 2008

POEMAS IMBRÍFEROS




Impermeável


Deixa a chuva molhar
E tudo devaneio mesmo
Quando tudo e chuva
Lava quando eu sangro
A flor se fecha
Antes de comê-la
Esconde seu nome
Revela um segredo de uma abelha
Onde estará está felicidade revessa?
Quando eu danço um tango
Com a solidão sem tanga
Da mágoa brota pus
Mazela que se abre
Como um sabre afiado
Abre passagem
Corta uma mecha do seu cabelo
Quase desfeito pelo vento
Apaga a vela
Abre uma brecha em meu joelho
Singelo elo
Compõe um ambiente aconchegante
Um quarto de quartzo
À parte para amar-te.


                            EPR







Tudo Turvo 

 Atrás da porta torta que rangia 
Esqueci o guarda-chuva que mesmo imóvel futrica
De propósito ele me espia
Culpa dessa rotina apática
De não sentir nada mesmo uniforme
Um singelo elo como propina 
Nesta minha sina de poeta disforme 
Não preciso de suas esmolas em qualquer esquina
 Não sou mendigo indigno do seu amor
 Não quero um flerte fugaz 
Quero sentir tudo Ininterrupto e assaz
 Abrupto lusco-fusco
 Quando tudo e turvo e não vejo mais nada 
Você e neblina em minha retina 
Incômoda meu sonho na madrugada
Saio por ai sem rumo
Sou caçador de intempéries
Sem aprumo
 E essa chuva que antes me levava até você
 Hoje inunda,lava e retumba 
Agrava minha corcunda
 Água-brava que afunda
 Meus devaneios em seus seios
 Nada revel desvia meu caminho
 Nem este preamar que me atrai.


                               EPR

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Sensitivo


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Sensitivo

Sensível ao deslocamento rápido do cursor na tela
Um poema de apalpo
Regozija-se com algo
Causo prurido na mazela
Tornar-se pública a dor
Antes peculiar
Não aufere pecúlio
Fere como adorno
Felicidade relativa ao fel
A cidade não é mais a mesma
Não me inspira mais
Idade explicativa
Morre fiel
Ao seu criador
Essa uiofobia de timbro
O remate ao limbo
Imbróglio quando ri da dor
Usa-se o estigmônio
Para um estigma
Que estica o enigma
Do pseudônimo.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Enumeração caótica

Enumeração caótica:Consiste no acúmulo de palavras que designam objetos, seres, sensações, vinculados a uma idéia ou várias idéias básicas, sem ligação evidente entre si.

Talvez amanhã eu entenda
O entear do poema
Feito por uma aranha
Aranho sobre o arame
Arranho o arranjo
O ranho na ranhura
O ranicultor que coaxa
O arlequim que chora
O ateu que ora
Sujeitinho à- toa
Esse que me rotula
Como coodernador da ruptura
Essa rusga rutila
A Enteléquia de Aristóteles
Deixa-me arisco
A crítica de Aristarco
A um poema que eu ainda não escrevi
A aritmética que me confunde
Funde o aritencéfalo
Não confundo Eliot Spitzer
Com Leo Spitzer
Entalo com a entalpia de K.Onnes
Enteco no Rio Grande do Sul
Entendedido o Entebense
Eu ornejo
Para o orabatimétrico
Não deixo me pegarem com a oroneta.

Ednei Pereira Rodrigues