Membranáceo
Nem tudo serve para ser membrana
A folha translada com a aragem
Daí vem a ideia do arame
A sutura
Cílios podem ser substituídos por algo hirsuto
Ambira na testa deixa tudo cálido
Teve queimaduras de 2º grau
Antes de virar borboleta
Concessão para a concha
Usar o olho como pérola
Apropinquar o mar longínquo
Aprontar-se para o dilúvio
Paroxítona veio à tona
Apesar de sua tonalidade ser adequada para o jazz
Respeita a jacente
Já sente o efeito da anestesia
Vislumbrara eflúvios
A incidência da sinestesia
A pétala odorífica
Contra o que tresanda
Confortável metáfora que afaga a nuca
Age como melatonina
Minuta contra o minuto
Não impede a mioclonia
Blandícias da blague
Blackout no âmago
Blastema entre o tema
A blástide do orto
Apoiar-se na aporia
Poria os fatos com pormenores
Piora a lassidão
A frase fica sem sentido
Reduzir a redundância
Até o estro voltar
A estrofe é acolhedora
Espera na alínea.
EPR
Quando me deito com a poesia.
E não há mais nome para o abismo que engole luz e sombra. Em um corpo único, arrastada além da dor e da carne. Existe e é real. Um leito de flores e palavras. Um caminho por entre o escuro do tempo, aberto com os dentes, com a força da mandíbula da vida.
Marianna Perna
Ela está de pé nas minhas pálpebras
Ela cabe toda em minhas mãos,
ela tem a cor dos meus olhos
e desaparece na minha sombra
como uma pedra sobre o céu.
Tem sempre os olhos abertos
e não me deixa dormir.
Os sonhos dela à luz do dia
fazem os sóis evaporar-se,
fazem-me rir, chorar e rir,
falar sem ter nada a dizer.
Paul éluard
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