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o que acabaria
com a dor
com a ferida
com o dia
espelhinhos por tesouros
iluminações nas entrelinhas
varandas para o nada
acabaria o dia assim
do nada
mais um dia assassinado
feito e finado
a sina não tem nada de limpa
o olhar nas ondas e a espuma branca no copo de cerveja
a ferida fincou
no chakra raiz
da hérnia dessa lida
no que me acabaria
na luz matutina, nos olhos no oceano
na virada do sonho à vigília
lá fora uma brisa boa
aqui dentro o calor do dia
o presente se faz enfeite
regalo de D’us
plataforma do sonho
abrigo do infinito
acabaria sem saber
onde porque e como
a janta servida
abrigo de mim
acabaria
cantando pra ti
Rodrigo uriartt
Descarte inapropriado de refugos
Não sei se quero a cura
Convalescença com convalamarina
A curadoria é da solidão
O curanchim de japim que se formou
Semeia-se em um jardim onde rapidamente produz a autodisseminação
Está metáfora está imbuída em curare
E não se podia recuar
Diante da cruera
Cruelmente cruentar arredores
Safenar um coração que já parou
Deixando tudo sáfeo
O fluxo sanguíneo foi restabelecido
A posição vertical da curva está diretamente relacionada com a concentração de pigmento
Pigmeus estão por perto
Eles sabem como rastrear uma metáfora
Pigro sigro
Para se esquecer.
EPR
Dor elegante
Um homem com uma dor
É muito mais elegante
Caminha assim de lado
Como se chegando atrasado
Andasse mais adiante
Carrega o peso da dor
Como se portasse medalhas
Uma coroa, um milhão de dólares
Ou coisa que os valha
Ópios, édens, analgésicos
Não me toquem nessa dor
Ela é tudo o que me sobra
Sofrer vai ser a minha última obra
Paulo Leminski