escândalo
o que há numa palavra
para causar escândalo?
um cacófato esdrúxulo?
um acento que clama?
quem reputa meu léxico
desaforado ou cândido?
a palavra escandida
não nos revela nada
há sílabas lascivas?
vocábulos imáculos?
há verbos pervertidos?
palavras pudibundas?
ou o móbil do escândalo
não está no vocábulo
mas na língua que o liba
nos olhos que o devassam?
Marco Catalão
Falésias (monólogos)
Fale,mesmo que o silêncio de falecias
Seja ubíquo
O umbigo ainda é sinônimo de vida
Mesmo que seja efêmera:falena
Onde as lágrimas do olho com catarata desembocam
O olho com vontade de ser cachoeira
Lábil Label
O asseio do lábeu
A libélula desconfiada da rasantes
Vontade de ser helicóptero
O assunto não é assumpto
Assunar se preciso
Assumo os assomos de ímpeto
Depois eu sumo, é fica por isso mesmo
Sem explicação do expletivo
Capaz de explanar o óbvio
Obvolvido entre anseios
O pudor não permitiu a grafia do úbere
Censura prévia.
Ednei P.Rodrigues
Glossário:
Cachoeira do Label :São João d'Aliança, Goiás A cachoeira, cuja altura foi aferida recentemente, está localizada na Serra Geral do Paranã e é formada pelo córrego Extrema. Um pouco antes da Cachoeira do Label está situada a Cachoeira da Andorinha, formada por dois degraus, com cerca de 100 metros de queda.
Gato escondido
O til parece com a cauda
Não falar com o conhecimento de causa
Provoca dúvidas, a pausa
Disfarce, a claque que aplauda
Em seguida o ponto de interrogação
Parece com uma bengala
Ou adaga, melhor que bala
Corta o adágio que interrompe a ação
Os acentos circunflexos
Parecem com suas orelhas
Aconselha as abelhas
A não construírem sua colmeia no complexo
Atiraram o cajado no gato
Esquecida por um gagá leviano
Gago ao dizer eu te amo
Tartamudeio como as tartarugas no hiato
Irá a Paris pelo retrato
Só para ver o Luar
Acentua antes que eu conclua
Quando o hífen separa o abstrato
Separar o joio do trigo no tato
E o gado
E o agrado
Para dar a impressão de olfato
De algo bucólico
Bufa o búfalo
E o burundum no resvalo
O brumbrum idílico
Sem armas no intuito
Só com seu buquê
Um buque no estuque
Também não ia ajudar muito
Quando a ignorância
E igual a de um iguana
Mostra-se atelépode na gana
Em atenção a arrogância
Chique e o chiqueiro da elite
Cliente de clichês
Cita o descortês
Pararam para ouvir a cítara sem limite.
O til parece com a cauda
Não falar com o conhecimento de causa
Provoca dúvidas, a pausa
Disfarce, a claque que aplauda
Em seguida o ponto de interrogação
Parece com uma bengala
Ou adaga, melhor que bala
Corta o adágio que interrompe a ação
Os acentos circunflexos
Parecem com suas orelhas
Aconselha as abelhas
A não construírem sua colmeia no complexo
Atiraram o cajado no gato
Esquecida por um gagá leviano
Gago ao dizer eu te amo
Tartamudeio como as tartarugas no hiato
Irá a Paris pelo retrato
Só para ver o Luar
Acentua antes que eu conclua
Quando o hífen separa o abstrato
Separar o joio do trigo no tato
E o gado
E o agrado
Para dar a impressão de olfato
De algo bucólico
Bufa o búfalo
E o burundum no resvalo
O brumbrum idílico
Sem armas no intuito
Só com seu buquê
Um buque no estuque
Também não ia ajudar muito
Quando a ignorância
E igual a de um iguana
Mostra-se atelépode na gana
Em atenção a arrogância
Chique e o chiqueiro da elite
Cliente de clichês
Cita o descortês
Pararam para ouvir a cítara sem limite.
Ednei P. Rodrigues
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