sábado, 5 de outubro de 2013

Sonhos Lúcidos



Dreams

Drenar o Dilúvio em uma ramela
Quando entro em Órbita
Com essa dresina
Liberdade da resina
Simples malear o onírico
Quando é irônico
Não houve alarme para  os anagramas
Nem aviso do avesso
Acometido por uma matilha de matizes
Mantinha o elã apático
Esticar o vazio como se fosse elástico
Elanguescer todo o viço
Narcolepsia para soçobrar um navio
Estou farto do fator
Quero diluir o dilúculo em caligem
Madrugada de madria
Quando a madrija imerge
Vem à tona o simiesco
Orangotango no losango
Antes que a enxerga verga
Um vislumbre do lume
Desarme minha solidão com seu gáudio.

Ednei Pereira Rodrigues


           John Henry Fuselli _The Nightmare


Poética

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.
 Vinícius de Moraes


Hieroglifos Traduzidos:

dresina:Veículo de quatro rodas, com dois assentos, para correr sobre trilhos de estrada de ferro; trole.
onírico:Sonho.
malear:converter em lágrimas.Elanguescer:Tornar-se lânguido, enfraquecer-se, debilitar-se.
elã:impulso.
Narcolepsia:Sono excessivo que, aparecendo de maneira súbita, incontrolável e sem razão aparente, acontece muitas vezes ao dia.
Madria:ondas.
Madrija:Baleia
simiesco:macaco
enxerga:os dois sentidos da palavra:cama e enxergar.

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