Dreams
Drenar o
Dilúvio em uma ramela
Quando entro
em Órbita
Com essa
dresina
Liberdade da
resina
Simples
malear o onírico
Quando é
irônico
Não houve
alarme para os anagramas
Nem aviso do
avesso
Acometido
por uma matilha de matizes
Mantinha o
elã apático
Esticar o
vazio como se fosse elástico
Elanguescer
todo o viço
Narcolepsia para
soçobrar um navio
Estou farto
do fator
Quero diluir
o dilúculo em caligem
Madrugada de
madria
Quando
a madrija imerge
Vem à tona o
simiesco
Orangotango
no losango
Antes que a
enxerga verga
Um vislumbre
do lume
Desarme
minha solidão com seu gáudio.
Ednei Pereira Rodrigues
John Henry Fuselli _The Nightmare
Poética
De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.
Vinícius de Moraes
dresina:Veículo de quatro rodas, com dois assentos, para correr sobre trilhos de estrada de ferro; trole.
onírico:Sonho.
malear:converter em lágrimas.Elanguescer:Tornar-se lânguido, enfraquecer-se, debilitar-se.
elã:impulso.
Narcolepsia:Sono excessivo que, aparecendo de maneira súbita, incontrolável e sem razão aparente, acontece muitas vezes ao dia.
Madria:ondas.
Madrija:Baleia
simiesco:macaco
enxerga:os dois sentidos da palavra:cama e enxergar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário