ESTOPIM
Ando muito lírico.
Vou contar parafusos
E verificar as porcas,
Depois jogar pedras nos telhados vizinhos
Com a luz apagada, fumando cigarros,
Rindo do que eu nunca fui.
Peço licença para cuspir
Em idiotices que ajudei crescerem...
Assistindo uma explicação matemática
Naquele horário adorável aos insones.
Que merda fedida é labutar
As falhas que gosto de martirizar,
E ouvir uma música romântica
Deitado em um lugar cheio de espaço,
Que outrora haviam outros corpos,
E a ideia de construir uma vida.
Nem sei se alguém me sonha.
Nem entendo porque sonhei.
Menos ainda, porque beijei as bocas que me ofenderam,
Pedindo desculpas vinte quatro horas após
Essa paisagem nublada, despontar o sol...
Que sinto ignorar?
Qual razão vilipendiei
Achando estar bem?
A única coisa que
Permanece salvando-me
É escrever o amor, contradições,
O mundo que me engole,
Sendo um idiota
Quando recupero a esperança,
Sabendo ela ser só mais um engano!
Rorschach O Protagonista
Anagramas líricos
O arguidor disse para eu ser mais lírico
Quando era lítico
Como se fosse a solução para todos os problemas
Sentir o arguês
Não deixe que ela rasgue
A roupa em busca da polpa
Espero que ela se engasgue
Gerusa estava tão segura
Sem vergonha do Usagre
Quem descobre o meu segredo o usa contra mim
Melhor continuar assim acaçapado
A caça não precisa ficar restrita a apenas as horas de luz
Ando muito estoposo
A sombra chega primeiro que o corpo
Heliófuga do despontar do Sol
Quando tudo é prófugo
Também pode ser uma força,um estopim para a expansão.
EPR