segunda-feira, 31 de maio de 2021

Descrição de imagem



Vontade de ser epitáfio


Sucumbiu antes do cumbu
Servir para o câmbio
Deixo-te conculcar
Inculcar uma metáfora
Inculpabilidade de algo ilícito
A incudectomia
Incubar o estribo para originar o silêncio
Não precisava de tudo isso
A conculha é fagulha
Debulha a hulha
Deixe a sarafulha
Arminho da minha amiotrofia
Algo amíntico
Como sua presença
A mim só me interessa a inércia
Não venha a mim procurar referências
Não é a mim que você deve reportar
Não cabe a mim interferir.



                                 Ednei Pereira Rodrigues




***arminho:O que é muito alvo, branco; brancura.

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Descrição de imagem

 





Associações impertinentes: A pena ,a inércia e o tábido

Não quero seu trono
Cheio de rontó
Único fardo: o tábido
Não vai conseguir o adejo
Com apenas uma pena
A roda era a incerteza
De qual meio de transporte utilizar para a fuga
A paúra do páramo
A evolução da inércia
E não precisa de tanto fulgor
Para o fúfio
A nalga sempre tão vulgar
A lipodistrofia ginoide não inspira
A glutite constrange
A esteatopigia
Apetece a ulna
Nunca vai sentir o masséter
A volúpia.

                             Ednei Pereira Rodrigues


****poesia escrita após a leitura do livro:O Sol nas feridas de Ronaldo Cagiano
                              



GÊNESE

Busco na palavra sua unção,
labirinto de paradoxos,
onde mergulho
feito escafandrista num garimpo de im
possibilidades.
Território de invenções,
ela me estende a ponte
entre o sagrado
e o profano

Em cada manhã
rompe com sua insistência de rio
e sua pontualidade solar.

Meticuloso engenho do verbo
que se faz silêncio
ou boato

Rumino sua nudez
ou desvelo as suas rugas.

Entre a fuga
e os deslizes
o poema vinga

rosa intimorata perfurando o asfalto

Nutre-me do que é míngua
recicla-me do que é sangue.

                                     Ronaldo Cagiano