quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

São Paulo 458 anos


poesia escrita para A Capela dos enforcados

Degola

Bonita sua gravata de corda
Não tem graça
Nem garça
Só pombas
Vai graxa ai doutor?
A solidão grassa na cidade
Por onde passaram as gárgulas
O gari garimpa seu sustento
E o suspenso?
Desafia a lei da gravidade
Fechado para balanço
O boteco da esquina alagou
Tivemos que sair de bote
Antes do show de bossa nova
A bostela da botelha já se cicatrizou
Faltam sonhos para uma noite tranquila
Então fui na padaria comprar alguns.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Distância


Só sei que digitei:distância
Essa que dilacera o diafragma
Não há dialogo
É o silêncio é discutível
Afônico
Olhos loquazes
Quase palavra
Imagem Oral
Na orla do visual
Um croqui
Nada crônico
Mais para crocidismo
Mesmo efeito da aurora boreal
Mesmo defeito irreal
Nada pessoal
Péssimo de Pessoa
Não irradia
Irônico irmão da iris
Deixa-me disperso
Produz displicência
Personificação diagonal
Sem prespectiva
Ontem já e quase meio século
E ela não elucida sobre o que aconteceu
Ilude a diplomacia com a solidão
Se eu pudesse distinguir
Aquela que diverte a dívida
Se tivesse um dispositivo para desligá-la
Seria mais mecânica
O metal enferruja
Não iria corroer a alma
Não iria substituir a metáfora.