sábado, 22 de agosto de 2009
VIAGEM POÉTICA
Por ausência de reciprocidade
Por causa de uma válvula
O trem descarrilou
Nem uma vária
Sequer um suelto
Por causa do sueto
Cessou o sudoeste
A sueca
Tirou o suéter
O maquinista dorme em um Vapuã
O marasmo domina os instintos
Adiou a viagem
Para Valáquia
Imóvel no Vale
Sem o vapular férreo
Ouvia-se o vagido
Tudo agora é vaporável
Tudo agora é vápido
Antes rápido
A paisagem não muda.
domingo, 16 de agosto de 2009
Descrição de Imagem 4
Vouyerismo
Primeiro a blusa
Depois a calça
A alça do sutiã
Sútil se não fosse o sutache
Nunca acertava o cabide
Derradeira peruca
Após a dentadura
Noite áquea
Sonhos de náufraga
Exíguo Aquerôntico
Regozijo imerjo
Obscuro sorriso de Mona Lisa
O olho de vidro
Agora sei
Porque não pisca para mim
Tirou tudo mesmo
Pleno strip-tease.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Medicina Alternativa
O Paciente
Frases franzinas
No frasco o asco
Declaração na bula
Bulha de sentimentos
Confundo meu mouse óptico com um Ovni
Aturo a fratura
Ruptura na leitura
Rasura do raso
Sem sutura
Sem anestesia
Negar a anemia
Em anexo o sem nexo
Sinto e nem sofro
Soturna soror que não sorria
Preparava a extrema-unção
Enquanto o soro caia
Tênue teoria
Para o boçal não entender
Para a boca não proferir
Ferir o boato
Sua ternura
Para brunir buril
Palavras sãs
A cura.
domingo, 2 de agosto de 2009
Plágio de mim mesmo
Paradoxal
Difícil parar a dor com sal
Ou com parche
O praxe atual é disfarce
Para uma situação paradoxal
Esqualo esquálido
Engoli surfista paranóico na neblina
Que brunia os paralelepípedos com parafina
Sub-rotina que consolido
Pare de tentar me persuadir com sua paramimia
Já tenho parábola formada sobre o parálico
Estou parálio
Onde exacerba minha paralisia
Já me acostumei com seus paráclases
Quando parasito
Na sua paranóia que sinto
Gravito nas preliminares
Quando o paralelo
Se eleva na altura do torso
Remoto remorso
Parável duelo.
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